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Por que me seduzes, ó vida peregrina,
Com véus de feiticeira atrevida?
Se, quando te quero amar de verdade,
Tu me atiras com volúpias mais de mentira!
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Mas que retórica tola!-retratas-me tu-
Ao desvelar-me com o teu espanto...
No sorriso encantador de seduzir!
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Como poderias-tão depressa assim-possuir-me?
Se eu sou a orgia pura no azar de quem arrisca.
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E ao embalar-te com ilusões de verdade,
Sou a mais bela e arrojada peregrina
Nos lances sedutores da máscara e da mentira.
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Ah, vida exuberante!- Aí? despertas-me de mim,
Ao banhar-me no teu caudal esfuseante
E girar pelos teus labirintos de dor e euforia
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Ate ser em ti-puramente-só laços ardentes do coração,
E tu em mim, ilusões fortes e pomares de flores...
Ó vida pura, ó mais bela impostora, sem pudores,
Como és tão verdadeira, até nas ilusões e nos amores!...
Véu de Maya
